Denial.

Denial.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Às vezes acho que sou otimista demais.

Não acredito que vamos salvar o planeta do aquecimento global. Não acho que conservaremos os recursos naturais. Não acho que vamos conseguir fazer uma revolução em que todos saiam ganhando. Pelo menos não em pouco tempo. E também não acho que se ela acontecer ela durará.

Não acho que um dia não haverá diferenciação entre seres humanos. Mulheres, gays, prostitutas, estrangeiros, pobres, ateus, religiosos, sempre sofrerão por algo que nem é culpa deles. Não importa a origem. Não importa a raça. Os únicos “bons” continuarão sendo homens brancos, heterossexuais, fundamentalistas, que se mostram superiores diante de todos que são diferentes. Mesmo de mulheres brancas, heterossexuais e louras de olhos azuis, como a mídia gosta.

Não acho que um dia não haverá fome. Não acho que a África será desenvolvida. E talvez nem mesmo a América Latina.

Não acho que um dia todos seremos iguais. Não há interesse por parte dos grandes que todos sejamos iguais.

Porque isso? E espera aí, seu título não dizia que você se achava otimista demais? Não está se contradizendo?

Aham. Estou. Posso estar. Ou não.

Porque com todo esse pensamento negativo, eu ainda guardo em resquício de esperança em algum lugar. A humanidade está um lixão, ou sempre foi. Na verdade, eu particularmente acho que o pouco que mudou, só piorou. Mesmo com ~algumas~ conquistas sociais, as quais nem sempre são respeitadas. Porém, por mais que eu não veja futuro, eu não deixo de acreditar que é necessário lutar por ele. Não podemos nos dar como vencidos, nos contentar com o que vemos.

Dizer para uma pessoa “não é você que vai mudar o mundo” é, em minha opinião, uma grande lorota. Cada pequena ação faz diferença. Não interessa que ninguém viu. Que ninguém se importa. Você deve saber que está fazendo a sua parte.

Você não é mais um número na população. Você não é insignificante. Você é um ser humano, um ser humano dotado de razão, a qual está lá para ser usada. Tens o direito de acreditar no que quiser – o que acaba sendo, infelizmente, uma das causas do “nunca seremos iguais”, mas é o senso de igualdade necessário que quase ninguém enxerga.

Não se muda o que nunca mudou. A humanidade sempre foi a mesma. As tecnologias que surgiram, os conhecimentos que se espalharam, as reflexões que aconteceram, as pessoas que governaram, tudo continua igual. A hierarquia se mantém a mesma desde que o primeiro homem disse que algo era “seu”. Ou será que mesmo antes disso essa hierarquia já não existia?

Os mesmos detêm o poder. Os mesmos continuam controlados. Os mesmos tiram vantagem. Os mesmos são desgraçados.


Estou sendo otimista.

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