Não acredito que vamos salvar o
planeta do aquecimento global. Não acho que conservaremos os recursos naturais.
Não acho que vamos conseguir fazer uma revolução em que todos saiam ganhando.
Pelo menos não em pouco tempo. E também não acho que se ela acontecer ela durará.
Não acho que um dia não haverá
diferenciação entre seres humanos. Mulheres, gays, prostitutas, estrangeiros,
pobres, ateus, religiosos, sempre sofrerão por algo que nem é culpa deles. Não
importa a origem. Não importa a raça. Os únicos “bons” continuarão sendo homens
brancos, heterossexuais, fundamentalistas, que se mostram superiores diante de
todos que são diferentes. Mesmo de mulheres brancas, heterossexuais e louras de
olhos azuis, como a mídia gosta.
Não acho que um dia não haverá
fome. Não acho que a África será desenvolvida. E talvez nem mesmo a América
Latina.
Não acho que um dia todos seremos
iguais. Não há interesse por parte dos grandes que todos sejamos iguais.
Porque isso? E espera aí, seu título não dizia que você se achava otimista
demais? Não está se contradizendo?
Aham. Estou. Posso estar. Ou não.
Porque com todo esse pensamento
negativo, eu ainda guardo em resquício de esperança em algum lugar. A
humanidade está um lixão, ou sempre foi. Na verdade, eu particularmente acho
que o pouco que mudou, só piorou. Mesmo com ~algumas~ conquistas sociais, as
quais nem sempre são respeitadas. Porém, por mais que eu não veja futuro, eu
não deixo de acreditar que é necessário lutar por ele. Não podemos nos dar como
vencidos, nos contentar com o que vemos.
Dizer para uma pessoa “não é você
que vai mudar o mundo” é, em minha opinião, uma grande lorota. Cada pequena
ação faz diferença. Não interessa que ninguém viu. Que ninguém se importa. Você
deve saber que está fazendo a sua parte.
Você não é mais um número na
população. Você não é insignificante. Você é um ser humano, um ser humano
dotado de razão, a qual está lá para ser usada. Tens o direito de acreditar no
que quiser – o que acaba sendo, infelizmente, uma das causas do “nunca seremos
iguais”, mas é o senso de igualdade necessário que quase ninguém enxerga.
Não se muda o que nunca mudou. A
humanidade sempre foi a mesma. As tecnologias que surgiram, os conhecimentos
que se espalharam, as reflexões que aconteceram, as pessoas que governaram,
tudo continua igual. A hierarquia se mantém a mesma desde que o primeiro homem
disse que algo era “seu”. Ou será que mesmo antes disso essa hierarquia já não
existia?
Os mesmos detêm o poder. Os
mesmos continuam controlados. Os mesmos tiram vantagem. Os mesmos são
desgraçados.
Estou sendo otimista.
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