Um monstro vive dentro de cada um
de nós.
Ele é um monstro grande, forte,
violento e, no entanto, muito paciente.
Às vezes nos exaltamos e este
monstro acaba por nos controlar, mesmo que por um mísero segundo. E quando ele
nos controla, um exército inteiro nos ataca.
Não importa o quanto controlamos
o monstro. Não importa o quão bons tentamos ser.
Seremos bons a vida inteira, e
entre as milhares de qualidades que temos e que dão orgulho às pessoas, sempre
teremos um defeito que, apesar de cercado de qualidades, será nossa
característica mais notada.
Eu sempre faço as melhores
coisas. Dou orgulho às pessoas.
Mas todos temos dias ruins. Dias
em que a ausência de alegria, otimismo e afeto nos tornam mais vulneráveis em
relação ao monstro. E em alguns momentos, raros, porém não inexistentes,
perdemos a cabeça e deixamos o monstro escapar. Às vezes é tão sutil que nem
percebemos. Mas as outras pessoas não – elas encaram aquilo como um absurdo. Um
ultraje.
Ninguém vem perguntar o que
aconteceu de errado, ninguém se importa se você está se sentindo bem ou não.
Falta individualidade. E eles confundem isso com individualismo. É um problema
sério. Não sei se foi o caso. Mas acontece.
Admitimos que erramos. Buscamos
melhorar. O tempo todo. Ouvimos o que as outras pessoas têm a dizer, para que
aquilo nos torne pessoas melhores.
Mas se cometemos um único erro, o
monstro faz questão de cutucar a onça com uma vara curta. Um único erro, entre
milhares e milhares de acertos, nos leva ao fundo do poço, nos coloca como se
fossemos lixos o tempo todo.
Somos humanos. Precisamos de
espaço. Porque só assim teremos as ferramentas para manter o monstro quieto no
canto dele, sem machucar ninguém.
Nenhum comentário:
Postar um comentário